quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um pouco de poesia

O poema abixo foi escrito por Rainer Maria Rilke.


São Sebastião

Como alguém que jazesse, está de pé,
sustentado por sua grande fé.
Como mãe que amamenta, a tudo alheia,
grinalda que a si mesma se cerceia.

E as setas chegam: de espaço em espaço,
como se de seu corpo desferidas,
tremendo em suas pontas soltas de aço.
Mas ele ri, incólume, às feridas.

Num só passo a tristeza sobrevém
e em seus olhos desnudos se detém,
até que a neguem, como bagatela,
e como se poupassem com desdém
os destrutores de uma coisa bela.

(Tradução: Augusto de Campos)

Tragédia IV

Com um total de mortos batendo em 740, segundo os sites de notícias hoje, a informação do INEA de que este tipo de temporal pode ocorrer a cada 350 anos, soa no mínimo como uma destas justificativas toscas que todos os anos ouvimos.
Se assim não é, como explicar as tragédias e mortes do ano passado, do ano anterior, etc. Ou será que a medida de 350 anos no Brasil é igual à 365 dias?

Tragédia III

O texto abaixo foi publicado pelo colunista Marcos Sá Correa, no jornal O Globo e o Estado de São Paulo, em 14/01/2011.
Eis uma ideia que deveria se tornar realidade.

“Não é a chuva que deve ir para a cadeia”. (...) “É injusto, e talvez seja também cruel e exorbitante, que hoje não se processe no Brasil, por homicídio culposo, o político que patrocina baixas evitáveis e supérfluas em encostas carcomidas e vales entulhados por ocupações criminosas. No dia em que um prefeito, olhando as nuvens no horizonte, enxergar a mais remota possibilidade de ir para a cadeia pelas mortes que poderia impedir e incentivou, as cidades brasileiras deixariam aos poucos de ser quase todas, como são, feias, vulneráveis e decrépitas. De graça, ou com o dinheiro virtual do PAC, os políticos não consertarão nunca a desordem que os elege. Não adianta ameaçá-los com ações contra o Estado ou a administração pública, porque o Estado e a administração pública, na hora de pagar a conta, somos nós, os contribuintes. O remédio é responsabilizar homens públicos como pessoas físicas pelos crimes que cometem contra a vida. Às vezes em série, como acaba de acontecer na Região Serrana do Rio de Janeiro. O resto é conversa fiada. Ou, pior, papo de verão em voo de helicóptero, que nessas ocasiões poupa às autoridades até o incômodo de sujar os sapatos na lama”.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tragédia II

Entrevista obtida do blog Eco Verde de Agostinho Vieira


Enviado por Agostinho Vieira - 15.1.2011 11h38m.
ONU: falta de planejamento faz chuva matar mais no Brasil
A falta de “comunicação” e de um plano de emergência fez com que as fortes chuvas na Região Serrana do Rio resultassem em uma tragédia maior do que a ocorrida no estado de Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas. A opinião é de Margareta Wahlström, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

- Por causa da ocorrência de ciclones, a Austrália já tinha começado a se preparar para o imprevisível. As autoridades sabem como evacuar as áreas, e a população escuta as orientações pelo rádio - explicou à BBC Brasil.

No país da Oceania, inundações em três quartos do estado de Queensland haviam provocado pelo menos 13 mortes até a última quarta-feira. Na serra fluminense, o saldo de mortos já passa de 500. Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que, “apesar de ser uma nação pobre, tem planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo”. “São iniciativas que salvam vidas”, diz ela.

Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta – com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores – são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.

- As pessoas precisam saber para onde ir e como ir, qual seria o caminho mais seguro. Uma solução comum são centros comunitários preparados para receber a população - afirmou à BBC Brasil.

Wahlström tem mais de 25 anos de experiência em gestão de catástrofes e coordenou, pelas Nações Unidas, a assistência às comunidades atingidas pelo tsunami de 2004 na Ásia. Em 2010, viu de perto no Rio de Janeiro as consequências da chuva no início do ano. No mês passado, esteve em Queensland, no local que está sendo assolado pelas enchentes.

- No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas - disse a subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

Segundo Wahlström, os desastres naturais nos últimos dez anos provocaram prejuízos de quase US$ 1 trilhão na economia global. São perdas que poderiam ser em grande parte evitadas. Um estudo citado pela representante da ONU aponta que, para cada US$ 1 investido em prevenção, é possível economizar pelo menos US$ 7 em resgates e reconstrução.

- Não é necessário sofrer assim. Há uma escolha (a ser feita), e a escolha é planejar. O número de desastres vai continuar crescendo, e todo investimento em planejamento é um bom investimento - opinou. (Fonte: G1)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Big Brother

A julgar pelas notas dos sites de notícia, este ano o programa promete bater todos os recordes de baixaria e apelação.
O que me intriga é como ainda aparece gente com formação querendo justificar o que lá acontece como viável, criativo, importante, experiência social e outras coisas mais.
No meu entender simples e pouco sofisticado, este programa não passa de exploração, demagogia, mentira e preconceito, pois como acreditar nas palavras e atitudes de pessoas que topam tudo por dinheiro?
O que se passa lá, a meu ver, não tem a ver com nossa realidade, refere-se sim, com a ganância e falta de excrúpulos de produtores e anunciantes e com a banalização da vida privada e social.

Tragédias

A Austrália vive a dias uma enchente que devasta parte do seu território, mas o total de mortos anunciados pelos jornais chegou a 14 ontem.
Aqui, lamentavelmente, após um único episódio fora de todos os padrões, temos registrados até agora mais de 500 mortes, podendo dobrar segundo alguns jornais.
Afinal, por que tamanha diferença? O que nos surpreendeu de fato? Será que governo e sociedade desconheciam tamanho risco? Até quando ficaremos liberando milhões para emergências que se repetem ano a ano?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Pensando.....

" A vida comunitária organizada é uma planta delicada. A moralidade é um ingrediente chave, porém frágil, do cimento que mantém a sociedade coesa. O estado de conflito, violência e anarquia é latente. A questão básica é saber o que leva à maior ou menor aderência, por grande parte dos homens, ao código de justiça vigente e às virtudes morais. Quais são os determinantes do grau de adesão dos indivíduos as normas de conduta que permitem a convivência humana em sociedade? "
GIANNETTI, Eduardo. Vícios Privados, Benefícios Públicos. 1ed. p.71 São Paulo, SP.: Companhia das Letras, 2002.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Inflação

O presidente do BC tem razão ao afirmar que temos de fixar metas de inflação mais baixas. Em uma ida de rotina ao supermercado fui surpreendido com a conta que paguei, muito acima das médias mensais que tenho tido no decorrer do ano. Apenas como exemplo, além da forte alta do leite e derivados, cito o aumento do açúcar, que hoje custa 12,00 reais por 5 kg e em outubro custava 8 e isto apesar do anúncio de aumento da produção em dezembro.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Pirataria

No fim de 2010, duas notícias chamaram minha atenção: 1) a França havia emitido as primeiras mil notificações para usuários da internet que foram identificados fazendo download ilegal e 2) a Espanha discutia a não aprovação da lei Sinde, que tentava criar regras para o combate a pirataria na internet.
Eis um tema polêmico que merece ser discutido, pois não se pode negar alguma recompensa para aquele que faz e produz algum bem cultural.
A pergunta que faço é: quanto se pode ou se quer pagar por isto?
Já faz um bom tempo ouvi de um interlocutor a justificativa do preço como motivador do uso da pirataria e vi aqui no Brasil, uma grande rede de varejo acabar com seus estoques de CDs no fim do ano de 2010, usando de uma tática inovadora: vender a preços entre 10 e 14 reais.
É certo que o tema envolve outras variáveis, principalmente éticas, mas possivelmente se os preços cobrados pelos bens culturais forem menores, se esta cadeia de valor for reorganizada de forma a comtenplar quem cria e produz com redução do custo de prateleira, muita gente boa por aí vai comprar seu CD original, antes de baixar ou pagar por um pirata.
Um abraço.

domingo, 2 de janeiro de 2011

E o Tempo Segue

Espero que tenham tido um bom e tranquilo periodo de festas.
Trago no link abaixo a íntegra do discurso da presidenta Dilma no Congresso Nacional e o faço para termos o registro histórico e podermos no futuro, quando falhar a memória, cobrarmos as atitudes prometidas.
Um ótimo 2011.

http://www.presidencia.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2011/01/leia-integra-do-discurso-de-posse-de-dilma-rousseff-no-congresso