segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Notícia Nefasta

Ler sobre a união de César "Cidade da Música" Maia (DEMcadentes) e Antony "Histórias Infantis" Garotinho (PRofissionais), para disputa da prefeitura do Rio, disputa indireta, já que sairão como candidatos seus respctivos filhos, é uma destas leituras tristes e desestimulantes.
Os dois já se ofenderam publicamente de todas as formas e simbolizam o que de mais arcaico existe na política fluminense.
O complicado é que, fazer política, a boa política, é fundamental para que grupos sociais imensos como o nosso possam progredir, mas uma união deste tipo coloca em dúvida todo este discurso, principalmente entre os mais jovens.
A política e os cidadãos desta cidade, merecem muito mais do que oportunistas de ocasião.
Um abraço. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Os Trágicos Segundo Shakespeare

Theófilo Silva

De todos os personagens trágicos de Shakespeare, que tiraram a própria vida, nenhum sofreu mais e tão sinceramente do que Othelo. Ele, atingido pelo ciúme, “o monstro de olhos verdes”, matou a esposa, a fiel e apaixonada Desdêmona – achava que ela o tinha traído – por causa das intrigas de um homem diabólico que contaminou sua mente com mentiras. Antes de matar-se, cheio de culpa e dor, olhando para o perverso Iago, disse: “pergunta a esse meio demônio por que envenenou meu sangue e minha alma”.
Não há glamour em tragédias da vida real. É por isso mesmo que pintores, poetas, músicos, tratam, em seu universo criativo, de pintar tragédias com cores de redenção para celebrar os que morrem. É uma forma de homenagear os que partem, consolar os que ficam, e de explicar a partida, muitas vezes rápida, dolorosa, sem despedidas ou cerimônias de adeus. Esse é o trabalho da arte.
Shakespeare chamava a morte de viagem misteriosa. No solilóquio Ser ou Não Ser, ele discute a “viagem” por intermédio do atormentado Hamlet, que questiona a própria existência, perguntando: “Qual é a ação mais nobre: sofrer os dardos e flechas de um destino ultrajante, ou opor-se a um mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo? Morrer... Dormir!”. E aponta algumas das causas que podem fazer da vida uma desgraça: “Os ultrajes e desdéns do tempo, as angústias do amor desprezado, as demoras da lei, a afronta do opressor, a insolência oficial e os golpes que o homem de mérito recebe de pessoas indignas”. Quando: “Poderia encontrar quietude com um simples punhal”.
Mas Hamlet, diante de tantos problemas, vai em frente, e não se mata. Para alguns críticos Hamlet não pensava em morrer, ele simplesmente não aceitava a condição humana a que todos nós estamos sujeitos. O jovem príncipe acaba morrendo pelas mãos de um homem fraco, manipulado pelo tio dele.
Shakespeare via em muitos de nós um toque trágico. Uma série de coisas acumuladas em nossa mente e espírito, que, se acionadas por algum fato novo desestabilizam, e podem desencadear a tragédia. A desgraça dificilmente não conta com a colaboração de outrem para que siga seu curso. É possível que ela não seja inevitável. Podemos apontar os casos dos jovens Romeu e Julieta, em que a tragédia se consumou em função de um acaso, que contou com a colaboração do ódio entre os familiares dos dois jovens adolescentes. No caso de Cássius e Brutus, em Júlio César, e de Cleópatra e Marco Antônio, na peça homônima, não havia realmente nenhuma saída para eles. Ou tiravam a própria vida – e isso é história – ou seriam mortos cruelmente por seus inimigos.
O castigo mais justo e merecido em toda a obra de Shakespeare – e que levou Freud “às raias da loucura” –, foi o de Lady Macbeth. Se achando forte e inquebrantável, a perversa dama não hesitou muito em matar, em conluio com o marido, o bondoso rei Duncan. No entanto, cometido o ato, que tornou ela e seu marido reis da Escócia, passa a ter visões, torna-se sonâmbula e repete um gesto simulando lavar continuamente as mãos, com se quisesse limpar a sujeira de seu crime. Ela não resistiu e, já enlouquecida, jogou-se das torres do castelo.
Muitos de nós, às vezes, somos confrontados com forças muitos poderosas que não conseguimos controlar, o que Shakespeare chamava de golpes da fortuna, e se somos atingidos por eles um simples toque pode precipitar a tragédia. Tragédias que nos deixam inconsoláveis, como a que levou um de nossos amigos! Então, só resta nos despedirmos como Horácio se despediu de Hamlet: “Boa Noite, gentil príncipe! Que legiões de anjos te conduzam, cantando, ao eterno descanso!”.

Texto retirado do Blog Rádio do Moreno, publicado originalmente em:
Um abraço.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Carnaval e Bandidagem: não combina

O que se viu hoje na apuração de São Paulo, não foi a indignação de torcedores contra um resultado injusto, foi um ato de bandidagem e selvageria de um grupo, notório por eventos semelhantes ligados ao futebol, que agiram de forma bandida, através da depredação, incêndio e destruição intencional e sem propósito de patrimônio público e privado - para quem duvida basta ver as cenas gravadas pelas TVs, dentro do sambódromo paulistano  e na saída dos torcedores  ao longo da Marginal Tietê.
Este tipo de situação não pode ser atenuada, pois não só fere a imagem do carnaval paulista, mas a de todos nós que gostamos ou não de carnaval. 
Um abraço.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Suprema Ficha Limpa

A aprovação da chamada Lei da Ficha Limpa pelo Supremo Tribunal Federal, limpa um pouco o nosso catastrófico cenário eleitoral, particularmente neste ano de eleições municipais.
Com esta aprovação, milicianos, fraudadores, malandros, políticos pilantras e demais membros deste seleto grupo, seleto por serem minoria da população, não poderão se abrigar em um cargo público para aumentar seu poder ou se esconder da mão, lenta é verdade, da lei.
Repito o que disse em post anterior sobre o assunto: a Lei da Ficha Limpa tinha de valer mesmo que não existisse.
Um abraço.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Esperança Continua

Com a decisão do STF de não limitar os poderes do CNJ, clarea em mim, que vivo neste e este país já ha bastante tempo, a esperança de seguirmos em frente no nosso errático caminho, que talvez possa ser menos errático, a um futuro mais democrático e próspero.
Um abraço.