sexta-feira, 30 de março de 2012

A Primeira Pedra

 Luís Fernando Verissímo

E os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério, e perguntaram a Jesus se ela não deveria ser apedrejada até a morte, como mandava a lei de Moisés. E disse Jesus: aquele entre vós que estiver sem pecado que atire a primeira pedra. E a vida da mulher foi poupada, pois nenhum dos seus acusadores era sem pecado. Assim está na Bíblia, evangelho de São João 8, 1 a 11.
Mas imagine que a Bíblia não tenha contado toda a história. Tudo o que realmente aconteceu naquela manhã, no Monte das Oliveiras. Na versão completa do episódio, um dos fariseus, depois de ouvir a frase de Jesus, pega uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, dizendo: "Eu estou sem pecado!"
— Pera lá — diz Jesus, segurando o seu braço. — Você é um adultero conhecido. Larga a pedra.
— Ah. Pensei que adultério só fosse pecado para as mulheres — diz o fariseu, largando a pedra.
Outro fariseu junta uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, gritando: "Nunca cometi adultério, sou puro como um cordeiro recém-nascido!"
— Falando em cordeiro — diz Jesus, segurando o seu braço também — e aquele rebanho que você foi encarregado de trazer para o templo, mas no caminho desviou dez por cento para o seu próprio rebanho?
— Nunca ficou provado nada! — protesta o fariseu.
— Mas eu sei — diz Jesus. — Larga a pedra.
Um terceiro fariseu pega uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a adultera, dizendo: "Não só não sou corrupto como sempre combati a corrupção. Fui eu que denunciei o escândalo da propina paga mensalmente a sacerdotes para apoiar a os senhores do templo."
— Mas foste tu o primeiro a receber propina — diz Jesus, segurando seu braço.
— No meu caso foi para melhor combater a corrupção!
— Larga a pedra.
Um quarto fariseu junta uma pedra do chão e prepara-se para atirá-la contra a mulher, dizendo: "Não tenho pecados, nem da carne, nem de cupidez ou ganância!"
— Ah, é? — diz Jesus, segurando o seu braço. — E aquela viúva que exploravas, tirando-lhe todo o dinheiro?
— Mas isto foi há muito tempo, e a mulher já morreu.
— Larga a pedra, vai.
E quando os fariseus se afastam, um discípulo pergunta a Jesus:
— Mestre, que lição podemos tirar deste episódio?
— Evitem a hipocrisia e o moralismo relativo — diz Jesus.
E, pensando um pouco mais adiante:
— E, se possível, a política partidária.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Congresso Nacional

Se o congresso não se mexer rápido, a frase abaixo, atribuída a Millôr Fernandes, fará todo sentido.

Repito um velho conselho, cada vez mais válido, sobretudo pro Congresso: Quando alguém gritar “- Pega ladrão”, finge que não é com você.
Millôr Fernandes.    

Um abraço.

Senador Demóstenes Torres

O STF - Supremo Tribunal Federal, autorizou à pouco a quebra do sigilo bancário do senador Demótenes Torres filiado ao partido DEM(cadentes). Tal autorização visa esclarecer o possível envolvimento do senador com um famoso contraventor.
Tenho dito repetidamente que vejo o Brasil caminhando devagar e erraticamente para uma situação melhor e apoio este discurso em decisões como a citada acima, que apesar de claras e necessárias eram impessáveis  a bem pouco tempo atrás.
E para que possamos andar, repito,  temos de contar com as intituições democráticas, como o judiciário, que ao trabalhar em sintonia com a moral de seu povo e seu arcabouço legal, favorece o nosso crescimento.
Um abraço

sábado, 24 de março de 2012

Senador Cachoeira

No Brasil, nada é tão previsível quanto a queda de um moralista como Demótenes

Leonardo Attuch

Que Vossa Excelência perdoe o chiste, mas o apelido é inevitável: Senador Cachoeira! Primeiro, ficamos escandalizados com a revelação de que o senhor, Catão da República, e também moralista número 1 do Congresso Nacional, é um amigo do peito de um dos nossos maiores contraventores. Mais escandalizados ainda com a sua desculpa de que não sabia que Carlinhos Cachoeira se dedicava a atividades ilegais. Depois, novo espanto com a notícia de que essa amizade fraterna era de copa e cozinha, com direito a fogões trazidos dos Estados Unidos. Quando nada mais podia nos surpreender, surgiram as 298 ligações telefônicas, mais de uma por dia, trocadas com o “professor” no período monitorado pela Polícia Federal. Em seguida, a descoberta de que as conversas eram feitas num rádio Nextel trazido dos Estados Unidos – “esta é a minha vida, este é o meu clube”. E agora, de repente, descobrimos que o senhor, senador Demóstenes Torres, também pediu dinheiro ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Quer saber se isso nos surpreende? Não. De jeito nenhum. Suas desculpas esfarrapadas é que preparam o terreno para recebermos com naturalidade cada vez maior os fatos novos da Operação Monte Carlo. Se amanhã nos disserem que Cachoeira despachava no seu gabinete, que ele teria financiado sua campanha ao Senado ou que os senhores, além de amigos, eram também sócios, tudo parecerá ser natural. Previsível até. Tão previsível quanto a queda de um moralista no Brasil, terra-mãe de Dercy Gonçalves. Aqui, não há um que resista. E todos os justiceiros que fazem desse método de ação política uma escada para o poder, mais cedo ou mais tarde acabam caindo.
Ocorre que alguns são perdoados. Outros, não. Ensina a sabedoria popular que o povo perdoa o pecador; o pregador, jamais. Então, se vale um conselho, senador Demóstenes, assuma-se como Senador Cachoeira. Defenda a legalização do jogo, apresente bons argumentos (que até existem), mas não tente posar novamente como o único homem probo do Senado, assinando pedidos de CPIs e emparedando adversários com uma moralidade postiça. O povo brasileiro detesta a hipocrisia.
Quanta lama ainda terá que jorrar das cataratas goianas para que o senhor reconheça seus erros e peça desculpas à Nação? Basta dizer a verdade e se assumir como um pecador normal, assim como todos os seus inimigos. É a sua única chance.

Crônica reproduzida do site brasil247.com, copiado de:

Um abraço.

domingo, 18 de março de 2012

Índice de Gestão Municipal

Saiu esta semana um estudo feito pela FIRJAN - Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que mostra através de um índice como são aplicados os recursos arrecadados por centenas de municípios do país.
É muito interessante, pois aponta os melhores e os piores em matéria de aplicação do seu, meu, nosso dinheiro. Mostra também que com honestidade, boa gestão e pouca ou nenhuma bravata dá para progredir e melhorar a condiçào de vida em nosso País.
Para mais detalhes acesse o link abaixo e veja a situação do seu município.
http://www.estadao.com.br/especiais/mapa-da-gestao-fiscal,164145.htm .
Um abraço.