domingo, 27 de maio de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Governador Cabral e Vaccarezza. Na muda 2

A bela foto ao lado, mostra como realmente o governador Cabral esta na muda:encolhido e quieto. Mas a "muda" do governador é apenas para o público que o elegeu, pois como se vê, nos bastidores ele continua ativo e falante.
Ditado antigo: por fora bela viola, por dentro, pão bolorento.
Que vexame governador!! Que vexame PT e seu represante Vaccarezza!
Os dois, PT e o governador Cabral sempre se anunciaram como o novo, a alternativa consistente para um novo Brasil onde a gestão pública é um compromisso inegociável, mas como se vê agora, estão juntos para provavelmente encobrir a descoberta de uma aproximação leviana entre o público e o privado.
O pior disto, é que projetos importantes, como as UPPs, UPAs e outros, que precisam de apoio irrestrito e irretocável dos seus mentores e patrocinadores, passam a ser vistos com desconfiança e de alguma forma ficam fragilizados, pois a dúvida sobre a lisura do criador pode contaminar em algum momento, a criatura.
Um abraço.
Que vexame governador!! Que vexame PT e seu represante Vaccarezza!
Os dois, PT e o governador Cabral sempre se anunciaram como o novo, a alternativa consistente para um novo Brasil onde a gestão pública é um compromisso inegociável, mas como se vê agora, estão juntos para provavelmente encobrir a descoberta de uma aproximação leviana entre o público e o privado.
O pior disto, é que projetos importantes, como as UPPs, UPAs e outros, que precisam de apoio irrestrito e irretocável dos seus mentores e patrocinadores, passam a ser vistos com desconfiança e de alguma forma ficam fragilizados, pois a dúvida sobre a lisura do criador pode contaminar em algum momento, a criatura.
Um abraço.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Falta Autoridade
Duas coisas,eu posso dizer do episódio(Cabral/Cavendish/Cachoeira).
A primeira é que seu estrago poderá repercutir negativamente na campanha da reeleição de Eduardo Paes.
Segundo, o que não minimiza a gravidade do caso, é que somos obrigados a ser pautados exatamente por quem sempre foi nossa melhor pauta nesses temas.
Como na máxima de Ulysses Guimarães, Garotinho suja a denúncia que faz porque, no seu caso, não busca culpados, mas cúmplices.
Retirado do Blog do Moreno, em:
http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2012/05/05/coluna-nhenhenhem-de-hoje 443575.asp
A primeira é que seu estrago poderá repercutir negativamente na campanha da reeleição de Eduardo Paes.
Segundo, o que não minimiza a gravidade do caso, é que somos obrigados a ser pautados exatamente por quem sempre foi nossa melhor pauta nesses temas.
Como na máxima de Ulysses Guimarães, Garotinho suja a denúncia que faz porque, no seu caso, não busca culpados, mas cúmplices.
Retirado do Blog do Moreno, em:
http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2012/05/05/coluna-nhenhenhem-de-hoje 443575.asp
Tinha um Cabral no meio do caminho que leva à CPI do Cachoeira.
Carlos Brickmann
Postado originalmente em:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/05/06/tinha-um-cabral-no-meio-do-caminho-que-leva-cpi-do-cachoeira-443680.asp
Estava tudo arrumado: a
investigação sobre Carlinhos Cachoeira já foi feita pela Polícia Federal
e a CPI ficaria fora dela. O trabalho da CPI seria derrubar o senador
Demóstenes Torres, ex-DEM, e o governador tucano de Goiás, Marconi
Perillo, que o ex-presidente Lula considera inimigos. Talvez fosse
atingido o governador petista de Brasília, Agnelo Queiroz, mas quem se
importa com ele?
Só que, como afirmava o deputado Ulysses
Guimarães, o sábio que comandava um PMDB tão diferente do de hoje, CPI
se sabe como começa, não como termina. E nesta, como não disse o poeta,
tinha um Cabral no meio do caminho.
As fotos de Sérgio Cabral, em
cenas de ostensivo luxo e mau-gosto explícito, exigem respostas a várias
perguntas. A primeira, quem pagou a conta:
o governador, e com que dinheiro?
Ou seus convidados, fornecedores do Governo?
O concessionário do Poupatempo no Rio, Georges Sedala, um dos que aparecem dançando de guardanapo na cabeça?
Fernando Cavendish, dono da Delta, empresa que surge em dez de cada dez denúncias neste caso?
Os secretários de Governo que acompanhavam o chefe no que chamaram de momentos de descontração?
Há
outras perguntas, claro. Que é que comemoravam? Será verdadeira a
notícia de que fecharam o luxuoso restaurante do Ritz, em Monte Carlo,
pagando US$ 400 mil, para que ninguém os incomodasse?
Terá isso ocorrido outras vezes - por exemplo, para comemorar a eleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes?
O risco dos personagens não é a prisão, que aqui é Brasil. É cair no ridículo.
Dentro de pouco mais de uma semana, dia 15, Carlinhos Cachoeira deve depor na CPI.
Dependendo das conversas, gato pode rugir e leão pode miar.
O
advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, que foi ministro da
Justiça do presidente Lula, marcou com seu cliente uma visita para
amanhã.
Se tudo der certo, Cachoeira vai ronronar.
Se der mais certo ainda, só vai rugir com certos nomes.
Frase notável: "Quem no Congresso disser que nunca viu Cachoeira ou fala cascata ou tem catarata".
domingo, 6 de maio de 2012
Cabral quis ser chique, foi brega.
Por Elio Gaspari
Retirado de: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/05/02/cabral-quis-ser-chique-foi-brega-por-elio-gaspari-443001.asp
Vergonha, essa é a sensação que resulta dos vídeos das vilegiaturas
parisienses do governador Sérgio Cabral em 2009, acompanhado por alguns
secretários e pelo empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta.
Uma cena pode ser vista com o olhar do casal que está numa mesa ao fundo do
salão do restaurante Louis XV, no Hotel de France, em Mônaco. (“Este é
o melhor Alain Ducasse do mundo”, diz Cabral, referindo-se ao chef.)

Até aí, tudo bem, é vulgar puxar celulares no Louis XV e chega a ser
brega filmar a cena, mas, afinal, é noite de festa. A certa altura, marcado o
dia do casamento, Cabral decide dirigir a cena:
“Então, dá um beijo na boca, vocês dois.”
Cavendish vai para seu momento Clark Gable e o governador diz à mulher do
empreiteiro:
“Abre essa boca aí.”
As cenas foram filmadas por dois celulares. Um deles era o do dono da
Delta.
Na mesma viagem, Cavendish, o empresário George Sadala, seu vizinho de
Avenida Vieira Souto e concessionário do Poupatempo no Rio e em Minas, mais os
secretários de Saúde e de Governo do Rio (Sérgio Cortes e Wilson Carlos), estão
no restaurante do Hotel Ritz de Paris.
Até aí, tudo bem, pois o empreiteiro tinha bala para segurar a conta. Pelas
expressões, estão embriagados. Fora do expediente, nada demais. Inexplicáveis,
nessa cena, são os guardanapos que todos amarraram na cabeça. Ganha uma viagem a
Dubai quem tiver uma explicação para o adereço.
O álbum fecha com a fotografia de quatro senhoras gargalhantes, no meio da
rua, mostrando as solas de seus stilettos (duas vermelhas). Exibem como troféus
os calçados de Christian Louboutin.
Nos pés de Victoria Beckham (38 anos) ou de Lady Gaga (26 anos), eles têm a
sua graça, mas tornaram-se adereços que, por manjados, tangenciam a vulgaridade.
Não é à toa que Louboutin desenhou os modelos das dançarinas (topless) do
cabaret Crazy Horse.
As cenas constrangem quem as vê pela breguice. Até hoje o ex-presidente José
Sarney é obrigado a explicar a limusine branca de noiva tailandesa com que se
locomoveu numa de suas viagens a Nova York. (Não foi ele quem mandou alugar o
modelo.)
A doutora Dilma explicou que não foi ela quem mandou fechar o Taj Mahal. No
caso das vilegiaturas de Cabral, a breguice não partiu dos organizadores da
viagem, mas da conduta dele, de seus secretários e do amigo empreiteiro.
Esse tipo de deslumbramento teve no governador um exemplo documentado, mas
faz parte do primarismo dos novíssimos ricos do Brasil emergente.
Noutra ponta dessa classe está o senador Demóstenes Torres, comprando cinco
garrafas de vinho Cheval Blanc, safra de 1947: “Mete o pau aí. Para muitos é o
melhor vinho do mundo, de todos os tempos (...) Passa o cartão do nosso amigo
aí, depois a gente vê.”
O amigo do cartão era Carlinhos Cachoeira, que, por sua vez, também era amigo
da empreiteira Delta, de Cavendish.
sábado, 5 de maio de 2012
Na muda.
O governador Cabral tá igual a passarinho na muda: encolhido e quieto.
Mas segundo os jornais, não é por vergonha de ter sido pego em "intimidades empresariais" com seus secretários, é por estratégia, para que o tempo esfrie os debates e depois ele possa voltar como se nada tivesse acontecido.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Quem cuida do cuidador?
As primeiras e mais ancestrais cuidadoras são nossas mães e avós que desde o início da humanidade cuidaram de sua prole. Caso contrário, não estaríamos aqui escrevendo sobre o cuidado.
Neste contexto queremos mencionar duas figuras, verdadeiros arquétipos do cuidado: o médico suíço Albert Schweitzer (1875-1965) e a enfermeira inglesa Florence Nightingale (1820-1910).
Neste contexto queremos mencionar duas figuras, verdadeiros arquétipos do cuidado: o médico suíço Albert Schweitzer (1875-1965) e a enfermeira inglesa Florence Nightingale (1820-1910).
Albert Schweitzer era exímio exegeta bíblico e um dos maiores concertistas de Bach de seu tempo. Aos trinta anos já com fama em toda a Europa, largou tudo, estudou medicina para, no espírito das bem aventuranças de Jesus, cuidar dos mais pobres dos pobres (os hansenianos) em Lambaréné, no Gabão.
Numa de suas cartas confessa explicitamente: ”o que precisamos não é de missionários que queiram converter os africanos, mas de pessoas dispostas a fazer aos pobres o que deve ser feito, se é que o Sermão da Montanha e as palavras de Jesus possuem algum valor. Minha vida não está nem na arte nem na ciência mas em ser um simples ser humano que no espírito de Jesus faz algo por insignificante que seja”. Foi dos primeiros a ganhar o Prêmio Nobel da Paz.
Por cerca de quarenta anos viveu e trabalhou num hospital por ele construído com o dinheiro de tournées de concertos de Bach. Nas poucas horas vagas, teve tempo para escrever vasta obra centrada na ética do cuidado e do respeito pela vida.
Formulou assim seu lema: “a ética é a responsabilidade ilimitada por tudo o que existe e vive”.
Numa outra obra assevera: ”a ideia chave do bem consiste em conservar a vida, desenvolvê-la e elevá-la ao mais alto valor; o mal consiste em destruir a vida, prejudicá-la e impedir que se desenvolva plenamente; este é o princípio necessário, universal e absoluto da ética”.
Outro arquétipo do cuidado foi a enfermeira inglesa Florence Nightingale. Humanista e profundamente religiosa, decidiu melhorar os padrões da enfermagem em seu país.
Em 1854, com outras 28 companheiras, Florence se deslocou para um campo de guerra na Turquia, durante a Guerra da Criméia, onde se empregavam bombas de fragmentação que produziam muitos feridos.
Aplicando no hospital militar a prática do rigoroso cuidado, em seis meses reduziu de 42% para 2% o número de mortos. Esse sucesso granjeou-lhe notoriedade universal.
De volta a seu país e depois nos EUA, criou uma rede hospitalar que aplicava o cuidado como eixo norteador da enfermagem e como sua ética natural. Florence Nightingale continua a ser uma referência inspiradora.
O operador da saúde é por essência um curador. Cuida dos outros como missão e como opção de vida. Mas quem cuida do cuidador, título de um belo livro do médico Dr. Eugênio Paes Campos (Vozes 2005)?
Partimos do fato de que o ser humano é, por sua natureza e essência, um ser de cuidado. Sente a predisposição de cuidar e a necessidade de ser ele também cuidado. Cuidar e ser cuidado são existenciais (estruturas permanentes) e indissociáveis.
É notório que o cuidar é muito exigente e pode levar o cuidador ao estresse. Especialmente se o cuidado constitui, como deve ser, não um ato esporádico mas uma atitude permanente e consciente.
Somos limitados, sujeitos ao cansaço e à vivência de pequenos fracassos e decepções.
Sentimo-nos sós. Precisamos ser cuidados, caso contrário, nossa vontade de cuidar se enfraquece. Que fazer então?
Logicamente, cada pessoa precisa enfrentar com sentido de resiliência (saber dar a volta por cima) esta situação dolorosa. Mas esse esforço não substitui o desejo de ser cuidado. É então que a comunidade do cuidado, os demais operadores de saúde, médicos e o corpo de enfermagem devem entrar em ação.
O enfermeiro ou a enfermeira, o médico e a médica sentem necessidade de serem também cuidados. Precisam se sentir acolhidos e revitalizados, exatamente como as mães fazem com seus filhos e filhas.
Outras vezes sentem necessidade do cuidado como suporte, sustentação e proteção, coisa que o pai proporciona a seus filhos e filhas.
Cria-se então o que o pediatra R. Winnicott chamava de “holding”, quer dizer, aquele conjunto de cuidados e fatores de animação que reforçam o estímulo para continuarem no cuidado para com pacientes.
Quando este espírito de cuidado reina, surgem relações horizontais de confiança e de mútua cooperação, se superam os constrangimentos, nascidos da necessidade de ser cuidado.
Feliz é o hospital e mais felizes são ainda aqueles pacientes que podem contar com um grupo de cuidadores. Já não haverá “prescrevedores” de receitas e aplicadores de fórmulas mas “cuidadores” de vidas enfermas que buscam saúde. A boa energia que se irradia do cuidado corrobora na cura.
Leonardo Boff é teólogo e filósofo
Por cerca de quarenta anos viveu e trabalhou num hospital por ele construído com o dinheiro de tournées de concertos de Bach. Nas poucas horas vagas, teve tempo para escrever vasta obra centrada na ética do cuidado e do respeito pela vida.
Formulou assim seu lema: “a ética é a responsabilidade ilimitada por tudo o que existe e vive”.
Numa outra obra assevera: ”a ideia chave do bem consiste em conservar a vida, desenvolvê-la e elevá-la ao mais alto valor; o mal consiste em destruir a vida, prejudicá-la e impedir que se desenvolva plenamente; este é o princípio necessário, universal e absoluto da ética”.
Outro arquétipo do cuidado foi a enfermeira inglesa Florence Nightingale. Humanista e profundamente religiosa, decidiu melhorar os padrões da enfermagem em seu país.
Em 1854, com outras 28 companheiras, Florence se deslocou para um campo de guerra na Turquia, durante a Guerra da Criméia, onde se empregavam bombas de fragmentação que produziam muitos feridos.
Aplicando no hospital militar a prática do rigoroso cuidado, em seis meses reduziu de 42% para 2% o número de mortos. Esse sucesso granjeou-lhe notoriedade universal.
De volta a seu país e depois nos EUA, criou uma rede hospitalar que aplicava o cuidado como eixo norteador da enfermagem e como sua ética natural. Florence Nightingale continua a ser uma referência inspiradora.
O operador da saúde é por essência um curador. Cuida dos outros como missão e como opção de vida. Mas quem cuida do cuidador, título de um belo livro do médico Dr. Eugênio Paes Campos (Vozes 2005)?
Partimos do fato de que o ser humano é, por sua natureza e essência, um ser de cuidado. Sente a predisposição de cuidar e a necessidade de ser ele também cuidado. Cuidar e ser cuidado são existenciais (estruturas permanentes) e indissociáveis.
É notório que o cuidar é muito exigente e pode levar o cuidador ao estresse. Especialmente se o cuidado constitui, como deve ser, não um ato esporádico mas uma atitude permanente e consciente.
Somos limitados, sujeitos ao cansaço e à vivência de pequenos fracassos e decepções.
Sentimo-nos sós. Precisamos ser cuidados, caso contrário, nossa vontade de cuidar se enfraquece. Que fazer então?
Logicamente, cada pessoa precisa enfrentar com sentido de resiliência (saber dar a volta por cima) esta situação dolorosa. Mas esse esforço não substitui o desejo de ser cuidado. É então que a comunidade do cuidado, os demais operadores de saúde, médicos e o corpo de enfermagem devem entrar em ação.
O enfermeiro ou a enfermeira, o médico e a médica sentem necessidade de serem também cuidados. Precisam se sentir acolhidos e revitalizados, exatamente como as mães fazem com seus filhos e filhas.
Outras vezes sentem necessidade do cuidado como suporte, sustentação e proteção, coisa que o pai proporciona a seus filhos e filhas.
Cria-se então o que o pediatra R. Winnicott chamava de “holding”, quer dizer, aquele conjunto de cuidados e fatores de animação que reforçam o estímulo para continuarem no cuidado para com pacientes.
Quando este espírito de cuidado reina, surgem relações horizontais de confiança e de mútua cooperação, se superam os constrangimentos, nascidos da necessidade de ser cuidado.
Feliz é o hospital e mais felizes são ainda aqueles pacientes que podem contar com um grupo de cuidadores. Já não haverá “prescrevedores” de receitas e aplicadores de fórmulas mas “cuidadores” de vidas enfermas que buscam saúde. A boa energia que se irradia do cuidado corrobora na cura.
Leonardo Boff é teólogo e filósofo
Original publicado em
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=442596&ch=n
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