sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Morte e Vida

Acabo de ver a cena final de um seqüestrador sendo “neutralizado”- morto – no Rio de Janeiro. Cena bestial, independente da sua lógica e da necessidade existente.
A cena em si, é mais uma de um momento pouco lúcido de nossa sociedade, onde nos escondemos atrás de negros vidros sem nos perguntarmos como e por que um sujeito se convence ou é convencido de que através de um ato completamente desvairado ele vai ser mais gente do que ele foi até então. O que fazemos ou deixamos de fazer para perpetuar tal situação, até quando o sujeito sem nome, idade, família, história anterior vai continuar surgindo para nos aterrorizar e ser abatido como um animal pestilento?
Não aprovo a violência, não acredito nela como solução, embora entenda racionalmente a sua necessidade em situações limites como a ocorrida, mas será que só poderemos contar com esta solução para os nossos problemas? Será que cobrar das autoridades o efetivo emprego do nosso dinheiro onde deve ser empregado não ajuda? Será que não corromper e ser corrompido também não ajuda? Será que agir efetivamente pelo bem coletivo não ajuda?
Estamos há bastante tempo cuidando apenas do nosso umbigo, preocupados mais em consumir do que em discutir, atentos ao último lançamento tecnológico e cegos a perda da convivência que nos melhora e aprimora, achando bonito bravatas sobre quase tudo sem nos perguntarmos se de fato este é o caminho.
Por várias vezes disse a interlocutores que a diferença entre um bom sujeito e um mau sujeito é na maior parte dos casos a presença para um deles de família, casa, educação, ética e respeito ao ser humano de uma forma geral.

Um comentário:

  1. É isso aí, Wilson! E os aplausos sorridentes ao desfecho trágico deste mais um episódio de violência,no Rio de Janeiro, denunciam esse simplismo: acreditar que bastam tiros certeiros para nos tirar da enrascada em que nos metemos, quando permitimos que as desigualdades sociais se perpetuassem e não nos escandalizamos diante da injustiça. Enquanto isso, em outras ruas da cidade, outros crimes, com desfechos menos heroicos, continuam acontecendo...

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Wilson Pessanha