sábado, 17 de setembro de 2011

Poesia: Vinicius de Moraes

O riso

Aquele riso foi o canto célebre
Da primeira estrela, em vão.
Milagre de primavera intacta
No sepulcro de neve
Rosa aberta ao vento, breve
Muito breve...

Não, aquele riso foi o canto célebre
Alta melodia imóvel
Gorjeio de fonte núbil
Apenas brotada, na treva...
Fonte de lábios (hora
Extremamente mágica do silêncio das aves).

Oh, música entre pétalas
Não afugentes meu amor!
Mistério maior é o sono
Se de súbito não se ouve o riso na noite.


Poema publicado no livro Poemas, Sonetos e Baladas de 1946 e obtido no site oficial do autor em
 http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=119

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