sábado, 22 de junho de 2013

Rio de Janeiro: protestos II

O Rio de Janeiro vinha vivendo uma falsa euforia que parece abalada com os protestos desta semana.
Com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora em algumas comunidades da cidade, especificamente as comunidades que ficam no entorno ou próximo aos locais dos futuros eventos na cidade e a consequente diminuição da violência diretamente ligada ao tráfico de drogas, vendeu-se a ideia de que todos os problemas estavam resolvidos e em virtude disto, tivemos uma disparada nos preços de aluguéis, no preço de venda de imóveis, no custo dos serviços, no preço do transporte de baixa qualidade acoitado pelo poder público, na quitanda, etc. Mas não estavam, os problemas seguem latentes como os chamados de chatos afirmam.
O que vimos durante os protestos foi emblemático, pois quando o bando de bandidos disfarçados de manifestantes surgiu vimos uma polícia que não conseguiu efetivamente coibir a ação destes vândalos, isto apesar de durante os últimos anos terem sido anunciados vultosas despesas em equipamentos e treinamento, vimos uma polícia que voltou - será que deixou algum dia? - a praticar a velha e assustadora truculência contra inocentes disparando a esmo suas balas de borracha e sprays de pimenta, vimos uma falta de ação preventiva e organizada que salvaguardasse os legítimos manifestantes, vimos falas arrogantes dos nossos gestores (até o Jabor  errou feio neste quesito), desqualificando os protestos, no inicio claro, pois não perderam a oportunidade de desdizer, numa exibição de falta de sensibilidade para com o que de fato a população quer e precisa. Vimos assim, as belas propagandas oficiais, com sambas belíssimos ao fundo, serem ofuscadas por uma realidade concreta.
Ainda não somos um sonho, não temos a segurança que merecemos, não temos a polícia que merecemos, não temos a saúde que merecemos, não temos a educação que merecemos e precisamos para dar o salto para frente, não temos o transporte justo e eficaz que merecemos, não temos os políticos que merecemos, temos apenas um começo de caminho que alguns oportunistas vendem como se já estivesse pronto.
Agora que parece que o povo acordou, talvez estes políticos acordem.
Este é o nosso papel, acordá-los.
Obrigado juventude desta cidade e País por nos tirar do marasmo.

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